BLOGUE DA ALA DOS ANTIGOS COMBATENTES DA MILÍCIA DE SÃO MIGUEL

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Palavras do tenente-general Sousa Rodrigues,
presidente da Comissão Executiva
para a homenagem nacional aos combatentes


(10 de Junho de 2014)

Combatentes, senhores convidados, minhas senhoras e meus senhores,


Manda-nos o dever de memória que, no dia de Portugal, a sociedade civil se reúna aqui, frente ao Monumento dos Combatentes, para prestar homenagem aos que em armas contribuíram de forma sublime para honrar o nome de Portugal.

Combatentes, convoquei-vos para virem a Belém para que celebremos Portugal.

E celebrá-lo recordando o ambiente de vida que nos tornou mais fortes e mais conscientes do valor da entrega por amor à Pátria e do sentir profundo da solidariedade que acompanha todos os actos de combate, em particular os que se travam em terras de fogo. Tomando o exemplo dos portugueses que, mais por armas que por letras, criaram e expandiram Portugal, nós, mais de um milhão de jovens, demos o melhor da nossa juventude, combatendo em terras inóspitas, longínquas, em defesa de Portugal e dos seus valores.

Éramos tão jovens, e fomos… deixando para trás o que mais gostávamos: mães, esposas, namoradas, amigos, diversões, … muitos de nós, como eu, deixando filhos bebés, outros a caminho de nascer… E combatemos… lutámos.

E será que os jovens de hoje comparecem perante os novos combates por Portugal? Perante sérias dúvidas, esta comissão executiva elegeu um tema de reflexão que urge tomar em mãos: colocar a juventude como elemento nuclear na definição dos desígnios de Portugal e pôr os jovens a pensar sobre os seus próprios desafios e motivá-los a responder às várias ameaças que por aí andam.

E a vencê-las. E elegemos «O MAR» como um desses desafios. Por isso levámos este assunto a debate em colóquio universitário, mostrando as potencialidades do Mar que é nosso, que aumenta imenso o nosso território e património, cuja exploração económica exige um aval científico que está nas fronteiras do conhecimento, plataforma que precisamos de defender para assegurar uma via essencial ao nosso desenvolvimento.

E muitos outros combates nos esperam, a salvaguarda da independência, a defesa da língua e da cultura, a erradicação da pobreza, tantos outros. A nossa geração de jovens dos anos sessenta e setenta enfrentou muitos desafios, antes, durante e depois da guerra. Combatemos por Portugal porque nos impunha o dever moral de defender os valores nacionais.

Foi por sentir a necessidade de transferir a responsabilidade de prosseguir os combates por Portugal para as novas gerações que vos pedi que trouxessem os vossos filhos e os vossos netos, para que, daqui, do ponto de onde todos partimos, cujo património histórico nos faz recordar os nossos heróis de aventura, eles possam meditar sobre os seus compromissos para com o nosso País. Por último queria pedir-vos um pequeno momento de meditação… Voltem-se para as paredes brancas desta fortaleza e recordem os vossos amigos…

Com este gesto, gostaria que focássemos a atenção no essencial: a homenagem que aqui prestamos aos combatentes que morreram por Portugal. E louvar os de hoje que combatem noutras terras, noutros conflitos. E recordar as centenas de milhares de combatentes do Ultramar que não puderam vir. É inequívoco o seu amor por Portugal, o Portugal que jurámos defender, mesmo com o sacrifício da própria vida.

Obrigado combatentes. VIVA PORTUGAL.





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